Seleção treinada pelo brasileiro Marcos Paquetá segura 0 a 0 com a Zâmbia e avança: ‘Só nós sabemos o quanto foi difícil’, diz técnico
A Líbia, treinada pelo brasileiro Marcos Paquetá, fez história neste sábado ao se classificar para a Copa Africana de Nações pela terceira vez em meio a todos os conflitos que assolam o país desde o início do ano por causa da queda do ditador Muammar Kadhafi.
A vaga veio com o suado empate de 0 a 0 com a Zâmbia, fora de casa, que colocou o time de Paquetá como o segundo colocado do Grupo C e melhor vice-líder entre todas as chaves. A Líbia somou 12 pontos, contra 13 da Zâmbia, também classificada em primeiro. A competição será disputada no Gabão e Guiné Equatorial entre janeiro e fevereiro de 2012
– Só nós sabemos o quanto foi difícil conseguir essa vaga. Passamos por todos os tipos de dificuldades imaginadas por causa dos conflitos no país e nem isso foi capaz de impedir que os jogadores conseguissem realizar esse feito. Muitos me falaram que eu era maluco por continuar no comando da Líbia com tudo o que estava acontecendo, mas somos uma família. Os jogadores vieram para os jogos com suas preocupações, com seus familiares continuando no país. Não seria eu que iria deixá-los no meio do caminho. Tenho certeza que o povo da Líbia esta muito feliz pelo que conseguimos. É motivo de orgulho dar um pouco de alegria para eles depois de tudo o que precisaram passar – disse Paquetá, um dos muitos emocionados pelo feito.
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A Líbia ainda enfrenta uma situação de instabilidade devido à queda do ditador Muammar Kadhafi, que estava no comando do país há quase 42 anos. Com os rebeldes no poder, o país mudou sua bandeira e seu hino, por exemplo. Isso refletiu também na seleção, que deixou de usar uniforme verde e passou a vestir camisa vermelha ou branca.
Na última semana, a cidade de Sirte, cidade natal e um dos últimos redutos do antigo regime de Muamar Khadafi, foi palco de combates violentos, já que partidários do governo de transição (Conselho Nacional de Transição, CNT) encontraram forte resistência de soldados leais ao ditador (saiba mais no G1 e veja infográfico que explica os conflitos na Líbia).
Diante dos confrontos, a seleção da Líbia só pôde jogar em seu país uma das três partidas que lhe cabiam das eliminatórias da Copa Africana em casa. Mas passou pelas adversidades e terminou invicta, com três vitórias e três empates. O treinador também segue sem perder no comando da seleção desde julho de 2010: cinco vitórias e três empates.
As outras únicas duas edições do torneio continental disputadas pela seleção foram 1982, quando foi sede, e 2006. Por causa da situação problemática, a Líbia ainda perdeu o direito de receber a Copa Africana em 2013. O país havia sido escolhido pela Confederação Africana de Futebol (CAF) para sediar o torneio, mas acabou sendo substituída pela África do Sul.
Outras seleções já classificadas para a CAN-2012 são Guiné Equatorial e Gabão, que serão sede do torneio, Zâmbia, Senegal, Burkina Faso, Costa do Marfim, Gana, Angola, Líbia, Botswana, Mali e Tunísia. Países tradicionais como Nigéria, África do Sul, Camarões e Egito, atual campeão, estão fora.
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